SEMENTES

Bem Vindos!

Sempre pensei que escrever é semear idéias.
Aqui vocês encontrarão as sementes que eu já plantei,
que germinaram, cresceram, deram flores e frutos.

Esse Blog é a semente dos frutos colhidos há muito tempo,
elas dormiram na escuridão por longos anos
e agora
eu estou a semeá-las novamente...,
para germinarem, crescerem, florescerem...
e um dia darem seus frutos.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O BRASIL DO TERCEIRO MILÊNIO





Terça-feira, 13/04/93

O Brasil do terceiro milênio

BIA BOTANA

Com a aproxirnação do terceiro milênio da nossa era, uma sucessão de acontecimentos convulsivos nos deixa perplexos. O final do século passado, tal como este, não foi fácil. As transformações que ocorreram também foram tão cruciais que tiveram como resultado duas guerras mundiais de calamitosas dimensões. O recém-nascido ser humano moderno, deste final de segundo milênio, não só se mostrou muito mais poderoso que seus antepassados, mas também, apesar de todo o seu avanço científico e tecnológico, se revelou de grande desumanidade.

Os últimos levantamentos feitos pela ONU demonstraram que dois terços da humanidade são constituídos de miseráveis - em números, representam mais de 3 bilhões e 500 milhões de pessoas! Para se ter idéia dessa catástrofe e de suas proporções, é preciso saber-se que nos primeiros anos deste século a população mundial constituía-se de pouco mais de 1 bilhão de pessoas, e até então o crescimento populacional do mundo obedecia ao aumento médio de 250 milhões de pessoas por século, quando não menos.

A explosão demográfica do século XX, que deu ao mundo, em tão pouco tempo, mais de 4 bilhões de seres humanos - num total atual de mais de 5 bilhões e 500 milhões de pessoas, equivalente à soma das populações existentes previstas nos últimos dois mil anos –, teve como conseqüência o surgimento de bolsões de miséria espalhados por todo o mundo, não sendo estes exclusividade da Ásia, África e América Latina. A miséria está também em Miami, Nova lorque, Paris, Amsterdã e Londres, do mesmo modo que pode ser encontrada nas favelas do Rio de Janeiro e São Paulo.

Pouco ou nada sabemos da miséria que vem assolando o chamado Primeiro Mundo, pois, além de esta não ser divulgada, é convenientemente omitida. É portanto normal que nós brasileiros acreditemos que a crise da miséria seja só nossa, o que é um ledo engano. O que torna a nossa crise mais aguda é que o Brasil é um País grande, mas não é um grande País. O que isso quer dizer é que, apesar de sermos o 4o. País do mundo em extensão territorial, o 5o. em população e sermos a 9a. economia mundial, nossa importância no cenário mundial se tornou praticamente nula com o fim da dita Guerra Fria. Enquanto, há poucos dias, a ameaça do impeachment do presidente-russo fez com que a Eurora e os EUA prontamerte oferecessem fabulosos auxílios financeiros à antiga grande inimiga, com o fim de estabilizar a economia daquele país e afastar uma ameaça de guerra civil, o impeachment de Collor não causou a mesma repercussão, nem ninguém ofereceu ao Brasil algum dinheiro para conter o nosso iminente caos social.

Lógico, é tudo uma questiio de estratégia. Uma guerra civil na Rússia arrasaria com toda a Europa, enquanto uma guerra civil no Brasil só daria a oportunidade, tão esperada, aos EUA de intervirem de maneira direta no seu quintal. Graças a Deus, aqui até revolução é na base do carnaval!

O Primeiro Mundo está inseguro, pois o lixo humano gerado pela moderna sociedade contemporânea ameaça devorá-lo com novas hordas bárbaras. A crise mundial da miséria está tomando proporções incontroláveis, porquanto está atrelada ao estado irracional emergente no ser humano quando ameaçado em sua sobrevivência, o que o torna o mais voraz animal predador.

Nós podemos não ser um grande país, mas por sermos um país grande podemos contar com volumosos recursos próprios. A crise mundial da miséria poderá não nos atingir se lançarmos mão da abundância que possuímos, e, mesmo sem contar com a ajuda estrangeira, arregaçarmos as mangas e investirmos no trabalho árduo, e com garra nos dispormos a darmos um futuro ao Brasil, no século XXI, de acordo com a sua grandeza, e o tornemos um grande País.

Bia Botana é analista política 

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