SEMENTES

Bem Vindos!

Sempre pensei que escrever é semear idéias.
Aqui vocês encontrarão as sementes que eu já plantei,
que germinaram, cresceram, deram flores e frutos.

Esse Blog é a semente dos frutos colhidos há muito tempo,
elas dormiram na escuridão por longos anos
e agora
eu estou a semeá-las novamente...,
para germinarem, crescerem, florescerem...
e um dia darem seus frutos.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O MAU EXEMPLO DE BORIS





Quarta-feira, 29/9/93

O mau exemplo de Boris

BIA BOTANA

Falar que a ditadura serve à democracia. ou à abertura democrática, é uma pilhéria. Todavia, EUA, Inglaterra, França e outros países, inclusive o Brasil, acreditam que sim ao apoiarem o autogolpe praticado pelo presidente da Federação Russa, Boris Nicolaievitch Yeltsin, a despeito da constituição em vigor (1978) (errata: a Constituição da União Soviética é de1977 e não de 1978) naquele país. O fato nos faz pensar que a semântica da democracia pode se alterar conforme as conveniências dos interesses ocidentais.

Para um atento observador, o comportamento do Sr. Boris sempre alimentou fantasiosas suspeitas, ora fantásticas demais para serem reais, ora óbvias demais para serem críveis. Nascido no interior da Rússia, em 1931, formou-se em engenharia e trabalhou na construção civil de 1955 a 1968. Veio a ingressar na política em 1976 ao ser nomeado governador da sua cidade natal. Membro do comitê central do PCUS (Partido Comunista da União Soviética), 1981, abandonou o governo para acompanhar o ideal reformista de Gorbatchev no posto de chefe do PC de Moscou em 1985. Seu extremismo o fez cair em desgraça em 1987. Destituído do cargo, foi ministro de Obras Públicas. Chamado de "kamikase do Politburo", perdeu sua condição de suplente em 1988, tempo em que adotou uma postura de oposição a Gorbatchev e estreitou seus laços com as potências ocidentais. Por mero acaso ou destino, sua atuaçâo política virá a desfacelar a URSS. Armado de popularidade carismática, candidato reformista a deputado de Moscou, surge como arauto da vitória da glasnost (abertura), em 1989. No ano seguinte, em maio de 1990, com o apoio dos dissidentes do PCUS, foi nomeado presidente da República da Rússia. Sua trajetória golpista se define com sua liderança fomentadora de movimentos rebeldes nas repúblicas soviéticas, reivindicando independência da centralização do governo comunista. Sua pressão resulta nas primeiras eleições diretas soviéticas, onde se elege à Presidência da Federação Russa, em maio de 1991. É a consagração.

Boris almejava mais. Em agosto de 1991,Yeltsin frustra a tentativa de golpe dos conservadores, mais por estratégia do que por respeito constitucional. Em dezembro, fez o que os generais não haviam conseguido: liquidou a URSS como instituição, dando um fim surpreendente ao governo de Gorbatchev, erguendo a Rússia e a si sobre todos os russos. O maior golpe da história!

Enquanto Gorbatchev havia se considerado um predestinado e colocara o país acima de sua pessoa, Boris, aprendiz de Napoleão, se colocara acima do povo e do país. Fanfarrão, após o feito, declarou aos jornais, "não sou um ditador", uma pífia mentira. Num alusivo gesto de gratidão aos seus comparsas ocidentais, rebatizou o Parlamento russo de "Casa Branca", hoje um deboche. Pressentindo a ameaça, o novo Parlamento da era glasnost, eleito em 1989, o mesmo que antes apoiara Boris em março deste ano, tenta abrir um processo de impeachment. A garantia de ajuda dos EUA, obtida na reunião de cúpula de abril, mesmo sendo insignificante financeiramente, garantiu o apoio popular a Boris no plebiscito de 25 de abril, consolidando seu poder, além de dar munição suficiente para o seu atual confronto com o Parlamento.

Sem a necessidade do consenso dos 1.025 deputados do Parlamento e eliminada a lentidão burocrática da democracia, a centralização do poder permitirá agilizar com eficiência o país e promover as reformas precisas para solucionar os problemas sócio econômicos da Rússia. Será? Essas também foram as justificativas das ditaduras do passado, e deu no que deu. Mas Boris não é um ditador, dirão alguns. Não é agora, mas todos os ditadores nasceram dissolvendo o Parlamento e prometendo eleições. Se ele fugir à regra, estará inaugurando um precedente histórico. Só esperamos que a moda não pegue aqui no Brasil e os nossos "macaquitos" não façam como de costume e sigam o mau exemplo de Boris.

Bia Botana é analista política e
diretora-geral do Centro Brasileiro de
Desenvolvimento Empresarial

ENERGIA NUCLEAR II




Quarta-feira, 22/9/93

Energia Nuclear II

BIA BOTANA

A ausência da tradicional parceria externa, aliada à inexperiência na administraçâo de uma economia em desenvolvimento. Lançou o Brasil ao assédio de constantes crises sociais propícias à oportuna ameaça comunista. A convulsão político-social alcançou seu ápice em 1964. Os EUA abandonaram a sua cômoda indiferença, sua hábil intervenção diplomática. em apoio ao jovem empresariado emergente, ansioso por poder, determinou o alinhamento incondicional do Brasil aos EUA, em troca de milhares de dólares destinados a programas de recuperação econômica. Esse novo período de parceria com os EUA caracterizou-se por obras colossais de engenharia. que enriqueceram as crescentes firmas empreiteiras, originárias da construção de Brasília, mas afastou os investimentos em pesquisas para a adoção de tecnologia própria, enquanto a modernização do parque industrial se dava por nova leva de importação de máquinas estrangeiras. A dívida externa engrandecia. Se no passado o jugo da Libra trouxe a inflação dos Réis (moeda do Brasil Imperial) para atender à ganância da oligarquia do café, chegava o tempo do jugo do Dólar e com ele a inflação do Cruzeiro (moeda do Brasil Republicano).

No ano de 1970. o surgente imperialismo norte-americano se faz sentir no Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), que constituiu a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) como orgão absoluto de salvaguarda do desenvolvimento nuclear mundial, adverso à transferência de tecnologia e francamente protecionista de uma reserva de mercado para os países com tecnologia nuclear, com o fim alegado de estabelecer parâmetros estritamente pacíficos às pesquisas atômicas. O Brasil, num rasgo de insubordinação, é um dos países que não assinam esse tratado desigual.

O embargo do petróleo pela OPEP em 1973 acirrou a corrida nuclear, única solução à continuidade futura do capitalismo industrial. Pressionado pelos EUA, o Brasil compromete vasta área do seu solo fértil e produtivo com a gigantesca hidrelétrica de Itaipu. Não obstante, o Brasil criou em 1974 a Nuclebrás e em 1975 estabeleceu um vultoso programa de cooperação nuclear com a Alemanha. Seguindo o velho esquema colonial, o acordo tornaria o Brasil apto para dominar o ciclo de produção nuclear em troca do fornecimento de urânio, só que o tratado ardiloso impedia o Brasil de enriquecer urânio e processar combustível sem autorização da Alemanha. Em busca de novas soluçôes para vencer a crise petrolífera, a Petrobrás assina "contratos de risco" com empresas estrangeiras, os mesmos repudiados em 1953, enquanto coloca em prática um programa de tecnologia nacional, o Proálcool, que supre temporariamente a carância de cornbustível, mas ocasiona problemas sociais que só serão sentidos na década de 80.

A parceria com os EUA é rompida em 1977, o Brasil está só. São feitos investimentos em pesquisas nucleares altamente secretas. Os resultados chegam a partir de 1980, e, apesar do canhestro acordo com a Alemanha, ocorre a fissão nuclear na usina de Angra I, que será inaugurada em 1983. O domínio completo do enriquecimento de urânio com tecnologia própria é alcançado em 1985. Logo depois, em 1988, duas subsidiárias da Nuclebrás são privatizadas.

O sucesso do programa nuclear prova que mais importante do quê a compensação financeira advinda da exportação da matéria-prima é a criação de um laboratório de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia que permita o processamento local e um lucro de 100%, em vez dos 5% ou 10% obtidos com a exportação.

Está aí o "X" da questão. Tanto quanto a cibernética e a informática, a energia nuclear é o passaporte para o futuro. O Brasil, com grande esforço, conseguiu o seu passaporte, tem matéria-prima e tecnologia. Agora, querem impedir que cheguemos lá, querem um Brasil sempre colônia. Está na hora de repensarmos a nossa independência. Afinal, acreditamos ou não em nós?

Bia Botana é analista política

ENERGIA NUCLEAR I







Quarta-feira,16/9/93

Energia nuclear I

BIA BOTANA

No princípio do século, o crescimento dos centros urbanos, em especial do Rio de Janeiro, então Capital Federal, teve um alto preço - febre amarela, cólera, varíola e peste bubônica. Para erradicar as chamadas doenças de cortiços cientistas como Oswaldo Cruz, Adolfo Lutz e Carlos Chagas se dedicaram à biologia e à medicina. O átomo, coqueluche científica mundial, em razão disso, chegaria tardiamente ao Brasil, introduzido por ningém mais que Albert Einstein, convidado da Academia Brasileira de Ciência (RJ) em 1925. Não obstante, só em 1934, criada a Universidade de São Paulo (USP), foram implantados os primeiros aceleradores de partículas. César Lates daria, muitos anos depois, renome internacional aos físicos brasileiros com a descoberta do "neutrino", em 1948, em Berkeley, nos EUA.

Muitos são os motivos para a lentidão marcante do desenvolvimento científico-tecnológico brasileiro e o principal se encontra no arraigado complexo de colonizado, como verificaremos a seguir. No princípio do processo de industrialização, o Brasil adotou o caminho mais fácil, importando toda a maquinaria necessária para erguer seu parque industrial, primeiro da Inglaterra, depois da Alemanha e dos Estados Unidos, sem adquirir, a qualquer tempo, tecnologia. A oligarquia da "velha república", resistente a mudanças na sua economia agro-exportadora cafeeira, jamais pensou em investir um réis (centavo) em pesquisas para obtençáo de tecnologia própria de novos produtos ou de novos processos, que dariam uma participação maior no nascente mercado industrial internacional.

A parceria Brasil-Inglaterra, um período de prosperidade fácil e enganosa, durou até meados da década de 20, quando, após a 1a Guerra, a hegemonia inglesa passou a ser enfraquecida pela crescente presença norte-americana e pela agressiva política externa da Alemanha nazista. A parceria com os EUA causaria a derrocada do café, com o "crash" da Bolsa de Nova York, em 1929, e também motivaria a Revolução de 30. Foi a astúcia de Geutúlio Vargas para manoúrar os interesses antagônicos de germânicoa e norte- americanos que patrocinou a construção da Companhia Siderúrgica Nacional – financiada peios EUA –, pronta em 1946, e que deu ao país infraestrutura para sua própria indústria mecânica. O Brasil chegava aos anos 50 tendo perdido sua condição agroexportadora, não se tornara plenamente industrial, mas dera o primeiro passo para sua independência econômica.

Foi também Getúlio que, em 1952, proibiu a importação de peças que já fossem produzidas no País, para obrigar as empresas estrangeiras a construírem fábricas no Brasil, situação que deu origem à indústria de autopeças. Restava o problema energético, já que importávamos todo o petróleo usado no país, gerando uma grandiosa dependência dos humores internacionais. Os grandes trustes internacionais exploravam o petróleo pagando royalties e impostos, mas faziam  do petróleo o que bem queriam, e, o mais grave, podiam decidir quando e onde novos campos entrariam em produção. Sem parceria, já que os EUA se empenhavam na reconstrução da Europa, visando seu mercado, e o Brasil não incomodava mantendo-se imparcial quanto à guerra fria, nasceu forçosamente, em 1953, a Petrobrás.

Apesar de Hiroxima e Nagasaki, a corrida nuclear internacional se mantinha em busca da preciosa energia. O Brasil, apesar de seu atraso, contava com as pesquisas solitárias da USP, que em 1958 instalou o primeiro reator nuclear da América Latina. No ano de 1961, o Brasil assinou convênio de cooperação com a Comunidade Européia de Energia Atômica, e, logo depois,.o projeto de Jacques Panon e Argus Henrique Moreira de um acelerador nuclear se concretizava (1963): O Brasil começava a pensar num esforço grandioso de poucos para tirá-lo de sua cultura colonial.

Bia Botana é analista política

HOJE JÁ É AMANHÃ




Quarta-feira, 8/9/93

Hoje já é amanhã

BIA BOTANA

Idéia da sempre vanguardista Rita Lee, "hoje já é amanhã" se fez título perfeito a essa curta meditação sobre a instauração da nova ordem na desordem mundial perto do século XXI. No não tão distante século XIX, a industrialização deu origem à tecnologia: "estudo dos instrumentos, processos e métodos empregados nos diversos ramos industriais". O investimento empresarial para invenção de novos produtos era certeza de lucro e garantia do sucesso econômico de um país. Esse pensamento se mostraria correto e sustentaria a vantagem competitiva no mercado internacional de britânicos, norte-americanos e alemães até meados da segunda metade do século XX, quando, nos anos 70, os japoneses, grandes investidores em novos processos de fabricação, com€eçaram a produzir bens e serviços mais depressa, mais barato e melhor.

Nos anos que se seguiram, o exemplo japonês foi adotado pelos chamados "Tigres Asiáticos", deflagrando uma grandiosa revolução tecnológica que veio desembocar nos anos 90, atrelada a uma gigantesca transformação geopolítica mundial, sob a forma de uma guerra econômico-comercial sem precedentes nesta era, só comparável à travada na Antigüidade, pelo domínio do Mediterrâneo, por romanos, cartagineses, fenícios e gregos.

O atual conflito mundial vem definindo outra divisão bilateral contemporânea: de um lado, estão os países com novas técnologias de produto, e do outro estão os que dominam as novas tecnologias de processo. Em meio ao feroz confronto, estão os desconsiderados e insignificantes países extrativistas –ricos em matéria-prima e mão de obra barata e desqualificada –, que estão fadados ao inevitável domínio econômico de um ou de outro grupo poderoso detentor do maior bem do seculo XXI, a tecnologia.

Não é preciso ser nenhum gênio para verificar que o Brasil perdeu o bonde da história. Mas por quê? Simples, o povo brasileiro não se caracteriza por ser prático, realista e racional, não obstante possua uma notável inteligência para a lei do mínimo esforço, ou para correr atrás de sonhos utópicos e passionais. Não é de se admirar, portanto, o descompasso do brasileiro com os acontecimentos internacionais, que o faz adotar modelos culturais alheios em detrimento do seu próprio modelo, o que o faz despersonalizado e incapacitado para constituir uma nação.

Em 1977, a política externa adotada pelo presidente dos EUA, o democrata Jimmy Carter, respaldada na defesa dos direitos humanos, condenou o Brasil à condição extrativista, boicotando a transferência de tecnologia, colocando um fim à colaboração norte-americana existente até então, e também ao milagre brasileiro. Chegaram as dificuldades econômicas acompanhâdas de um delírio político-social crescente. O processo de desenvolvimento foi interrompido, os investimentos em pesquisa, educação e treinamento de mão de obra tiveram queda drástica, ao passo que em outros países investia-se maciçamente em busca de tecnologia própria. Os brasileiros lutavam por liberdades democráticas enquanto outros sacrificavam suas liberdades em nome de seus países.

Para uma geração inteira de brasileiros, o hoje já é amanhã, um amanhã que chegou e fez do presente mísero infortúnio. E preciso que deixemos de sonhar com a prosperidade gratuita e passemos a produzi- la, pois, de tanto sonhar com distribuição de riquezas, tem-se só distribuído pobreza. E certo que ainda há tempo para a inteligência brasileira dar seus melhores frutos, é tudo uma questão de esforço e dedicação, os mesmos que são empregados para sustentar essa orgia inflacionária de ilícitos enriquecimentos, que só fazem comprometer a futura soberania do País dentro da nova ordem mundial.

Bia Botana é analista política

A CULTURA DO GOLPE



Quarta-feira, 1/9/93

A cultura do golpe

BIA BOTANA

O Brasil está andando no fio da navalha. só quem é cego não vê que tem algo errado acontecendo no País. E difícil determinar quando começou o mal, mas se tornou evidente após o plebiscito, quando se abriram as discussões sobre a revisão constitucional.

O caldo golpista se fez anunciar nos primeiros dias de maio com cara de extrema direita ao som de protestos militares. Veio junho com o 8" Encontro Nacional do Partido Trabalhista (PT) em Brasília. A vitória dos "xiitas" esquerdistas sobre os social-democratas delineou o PT como partido de extrema esquerda. socialista do chamado "socialismo real", disposto a "tencionar e esgarçar os limites da ordem existente", acentuando o aspecto revolucionário. Chegou julho e as bandeiras começaram a ser levantadas, tanto pelos saudosistas do esquema militar, quanto pelos que desejam ressuscitar o velho "socialismo real" enterrado peia Europa. Nada foi mais abismante do que poder constatar a perda de identidade dessas facções antagônicas ao adotarem o mesrno discurso.

O triste acontecimento da Candelária foi o estopim, o momento de ruptura que permitiu agosto chegar anunciando o "Golpe Branco", que passaria pelo Congresso Nacional com a possível renúncia de Itamar Franco. Enquanto isso, a questão da revisão constitucional já se mobilizava, agindo corno um divisor de águas. Agosto mês de doido, razão possível à inesperada "histeria indígena", tão bem descrita pelo jornalista Jorge Oliveira, que atingiu autoridades e a mídia. O massacre fantasma dos yanomami foi a explosão da cultura do golpe, atingindo um contexto internacional sem precedentes.

Em meio à fúria indigenista passou despercebida a presença, na última semana de agosto, do diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Hans Blix, que veio pedir ao Brasil que se comprometa com o acordo que estabelece o uso exclusivo de energia atômica para fins pacíficos, isto é, que se submeta ao monitoramento vigilante da AIEA e jogue fora sua independência tecnológica nuclear. Curioso é saber que o Brasil vem desenvolvendo, com sucesso, inúmeros projetos nucleares, entre eles o do ciclo do combustível a partir do urânio, o qual, por coincidência, pode ser encontrado, em abundância, numa das maiores reservas mundiais. nas terras demarcadas dos Yanomami. Curioso, sim, muito curioso. É como se estivéssemos montando um quebra-cabeça.

Uma outra peça perdida desse enigma é a da CPI da Privatização, onde o relator. o senador Amir Lando (PMDB-RO), não escondia de ninguém, a semana passada, o seu desespero por não conseguir denunciar à mídia as falcatruas que estão sendo praticadas. Ninguém quer ouvi-lo, por quê? Porque não interessa ao "grande irmão" como interessou o impeachment.

Estamos em setembro, o caldo engrossou; o que parecia ser sandice está virando cultura golpista, que abriga a cada dia um maior número de histéricos fanáticos, que, apesar de opostas ideologias, convergem para um único propósito. Eles não escondenr mais que conspiram e instigam contra a atual ordem. Estão infiltrados como vermes traiçoeiros na sociedade e a minam em sua já frágil segurança.

A quem interessa tudo isso que está acontecendo? Quem vai lucrar com o caos? A direita, a esquerda, que no Brasil continuam inabaláveis, ou o poder estrangeiro? Afinal, quem é o inimigo?

Precisamos urgentemente de respostas antes que cheguemos à beira do precipício, de onde não haverá mais volta.

Bia Botana é analista política