SEMENTES

Bem Vindos!

Sempre pensei que escrever é semear idéias.
Aqui vocês encontrarão as sementes que eu já plantei,
que germinaram, cresceram, deram flores e frutos.

Esse Blog é a semente dos frutos colhidos há muito tempo,
elas dormiram na escuridão por longos anos
e agora
eu estou a semeá-las novamente...,
para germinarem, crescerem, florescerem...
e um dia darem seus frutos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

MULHERES BRASILEIRAS



Jornal de Brasília

Sexta-feira, 11/3/94

Mulheres brasileiras

BIA BOTANA

Eu estava procurando inspiração, quando vi na TV um anúncio curioso de uma loja de materiais de construção sobre o Dia lntemacional da Mulher, 8 de março, homenageando com singeleza as mulheres brasileiras ao dizer que elas são responsáveis pela construção do País. Eu emocionei-me pela veracidade ali expressa. Contudo, pensei que apesar de as mulheres constituírem mais da metade da população do País, guardando a mesma proporcionalidade em termos mundiais, dá-se um tratamento de minoria, um complexo de inferioridade latente que deu razão ao Dia Internacional da Mulher com o único fim de conscientizá-las, e também aos homens, da condição que possuem de seres humanos.

A história nos conta que a luta feminina nesta era, para se libertar do domínio masculino, teve seu marcante início com a Revolução Francesa, quando, ao fim do século XVII, a integração política feminina resultou numa participação decisiva na vitória revolucionária e permitiu a reivindicação das mulheres a direitos igualitários à condição masculina. Assim, durante o sécuüo XVIII, a mulher conquistou o direito de se alfabetizar e ter asesso a conhecimentos até então exclusivos dos homens. Não foi espanto que ao final do século passado a classe literária contasse com um número significativo de membros femininos.

Foi naquela mesma época que as mulheres sofreram as duras transformações trazidas pela industrialização, que atingiu o seio familiar, obrigando-as a abandonar o lar para trabalharem nas modernas fábricas, por serem mão de obra barata. Foi durante a 1ª Guerra Mundial, já neste século, que as mulheres se consclentizaram de sua nova condição escravagista imposta pelas ambições masculinas. Surgiu então o primeiro movimento de natureza feminina, chamado Sufragista, que defendia a participação política e o direito ao voto. Os homens ficaram temerosos da formação de um partido feminino, mas a pressão foi tanta que cederam. Não houve a formação de um partido feminino e as mulheres igressaram de forma minoritária nos partidos já existentes. Única exceção de que se tem notícia é o Partido da União das Mulheres da Albânia, extinto em 1993. As conquistas femininas se refletiram no vestuário, com o fim da ditadura dos vestidos longos - vestidos curtos e calças foram adotados.

A libertação feminina seria marcada por lutas trabalhistas contra o abuso e intimidação sexual masculina. Quando, na metade deste século, a mão de obra barata feminina se tornou fundamental ao processo capitalista, a indesejável gravidez, fator comprometedor do nível produtivo, foi solucionada com a pílula anticoncepcional acompanhada por uma propaganda sedutora de libertação sexual. O embuste concretizou-se com o Movimento Feminista de 60.

De lá para cá a família se desintegrou, a mulher para sobreviver entrou no mercado de trabalho e sua sexualidade se tornou mercadoria de barganha para galgar o sucesso e melhores salários. As mulheres brasileiras, em sua maioria despreparadas culturalmente, foram também atingidas pelas transformaçõcs. A triste realidade é que muitas delas, seja por sobrevivência ou por ambição de riqueza fácil, estão se prostituindo, e consideram isso normal!

Não percebem o desrespeito a seu intelecto, ao seus papéis de perpetuação da espécie e mantenedora da unidadc familiar. Hoje parece fácil esquecer que o moral de um povo é o moral de suas mulheres. Cabe às mulheres dar o exemplo de virtude para que os homens sejam ilibados. Mulheres brasileiras, nosso trabalho vai além das nossas ambições profissionais. Digamos "não" à libertinagem que assola o nosso País, não importa o sacrifício, pois, como ouvi outro dia, "nós não herdamos a Terra dos nossos ancestrais, nós só a estamos tomando emprestada dos nossos filhos". O mesmo devemos pensar, de maneira análoga, em relação ao Brasil.

 Bia Botana é analista política

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